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diogo amorim
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Sep 10

cai

uma prolação um declínio um lapso uma cicatriz uma luz um prolapso um enxoval um anzol uma novela um ouro um arame uma ostra uma casa uma moita um país um canivete um Deus uma erosão uma pele um vento uma saída uma sombra um animal uma garça uma maçã um esboço um terremoto.

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Aug 29

impasse

tem gente passando fome tem gente passando frio tem gente despercebida lá no centro do Rio tem gente passando o rodo tem gente passando muito que bem tem gente passando a perna nos que são como os seus tem gente passando o tempo tem gente passando a faca no pão tem gente passando roupa tem gente passando perto de mim tem gente passando pro lado de lá tem gente passando à beça tem gente passando pra não mais voltar tem gente passando aperto

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Aug 22

DNA

a pele que te envolve é feita de você. se você fosse um cabelo você seria o seu.

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Aug 6

bastet

se forem apurar com mais afinco saberão que os gatos são tão conscientes quanto nós ou quem sabe até mais estão sempre acesos de uma lucidez sanguínea os olhos dos gatos do mundo olhos que são cristais esmeraldas, mares, quasares cada gesto movimento de um gato é uma precisão de elegância…

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bastet
bastet

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Jun 26

o imaginário das rochas e as conhecidas calçadas

primeiramente oitenta cento e oitenta tons de roxo que são cadeias quentes por complicações elementares tanto quanto cadeiras para olheiras rasas tentando em fortes chuvas comércio de não adstrição ao pormenor traço de mãos de lis cuidando assim de andar um frango assado girando um novelo até outra expectativa de terra no…

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Jun 23

incêndio na confeitaria

acabou-se o que era doce o que era doce quei-mousse no curto da ventoinha.

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Jun 1

alternâncias do breu

lacraias, baratas e talvez joaninhas entre as esculturas pela grama rastejam na festa subterrânea da azulação dos olhos, coxas, partes úmidas de um corpo compacto, definido pela confirmação de si, em si, instado a se calar, fora das horas das luzes vindo das casas do movimento nas orlas de tudo que…

Poema

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Poema

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May 27

lucidez/desatino

descendentes de africanos sentindo muita fome sábado de sol na cidade maravilhosa.

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May 20

crânio e língua

só gosto de matemática no correr do teu peito mar- móreo contínua rua alarmante insinuando que é não é quase não parece mas é ambiguidade distinta de beleza andrógina chão de purpurina olhos de espião austeras plantações de cara a maxila afiada em foice de sem-terra você é uma bela caveira vestida para ir à praia apoiando-se no metal da janela gelados de chuva lábios de não sei porquê tão ávidos de apocalipse

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May 6

matrioska final

depois de brincar guarda os brinquedos desmonta os brinquedos desmonta a cabana devolve tudo e apaga a luz exaustão de se exasperar condição de impelir solução de se esquecer mundo, eu vou te desprezar desmonta a cabana devolve tudo esquece a cabana, os brinquedos a luz ? sim! ? x !! ... x *_ . lucidez que há de ser coragem mais dia, menos dia seja feita a minha vontade embaixo da terra longe do céu

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momento morre.

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